Tuesday, December 19, 2006

Aquele Meu Colega...

(Um improptu: Narracao! Quanto tempo!)
Compenetrado.
Ainda posso me lembrar daquela cena quase cotidiana.
Dia sim, dia nao, o colega e economista Fabio Goto andava a passos rapidos pelos corredores do Instituto de Economia da Universidade de Kobe.
Ele vagava apressado. Passos longos. Como se tivesse pressa para chegar em algum lugar em que pudesse anotar algum teorema que acabara de desenvolver.
E a cena se repetia, quase como um ritual. Dia sim, dia nao.
Mal poderiamos imaginar que em verdade buscava ele o inegavel resquicio de sua origem ocidental: o vaso sanitario.
Nunca me esquecerei daquele moleque quem, depois de anos morando no Japao, simplesmente nao conseguia usar o banheiro niponico, a que costumeiramente intitulava "buraco".

Friday, December 01, 2006

Assim Caem os Preconceitos

Quando crianca, Mamae dizia que eu so nao esquecia a cabeca porque estava grudada no pescoco. Pois bem, vinte e tantos anos depois, ao menos nesse aspecto, eu continuo me portando como um infante. E o problema e que agora as consequencias sao mais graves do que um ponto negativo no boletim da escola.
Consegui esquecer a carteira no detector de metal do aeroporto de Beijing! Claro, com os respectivos dois cartoes de credito, 50.000 ienes e (pasmem) passaporte (e o respectivo visto de re-entrada no Japao). Caso, nao teria emocao!
Como tudo na vida, fui descobrir que havia esquecido depois de uns vinte minutos, quando precisei de dinheiro (obvio) para pagar um Panda de pelucia do Free Shop, um mimo para a nova Namoradinha. Mas o mais surpreendente e que, ao retornar aos detectores de metal e convencer a policia chinesa – cujo distinto representante nao falava ingles, japones e nem portugues (onde ja se viu?!) – reavi a carteira com tudo!
Para quem foi criado em familia nikkei, residente no Japao e membro de uma excursao japonesa, e realmente dificil deixar o preconceito contra um povo tao afavel quanto os chineses, que me acolheu (melhor dos que os japoneses, devo acrescentar) e aceitar o fato de que, ao menos no aeroporto e em todos os lugares por que passei durante os cinco dias, nenhum chines sequer me pareceu com o que meu querido Vovo costuma contar!